Não é segredo que o seu computador atual é fruto de uma evolução que
levou décadas para chegar aonde está – e ainda está muito longe de
chegar ao seu final. Se pensarmos que cerca de dez anos atrás os
processadores ainda nem conheciam os núcleos múltiplos, imaginar as
máquinas que inauguraram a informática é uma tarefa ainda mais
complicada.
Você sabia que no início da década de 1950 já existiam
computadores? Logicamente eles não se apareciam nem um pouco com o que
temos hoje, mas já realizavam alguns cálculos complexos em pouquíssimo
tempo. Nesses 60 anos, elementos desapareceram, componentes foram criados e parece até que estamos falando de assuntos totalmente desconexos.
Então
prepare-se para conhecer um pouco mais sobre essa magnífica história.
Para facilitar a leitura, atendemos às divisões de alguns autores
especializados no assunto e separamos a história da informática em
gerações. Agora aproveite para aprender mais ou para conhecer a
importante evolução dos computadores.
As gigantes válvulas da primeira geração
Imagine
como seria sua vida se você precisasse de uma enorme sala para
conseguir armazenar um computador. Logicamente isso seria impossível,
pois os primeiros computadores, como o ENIAC e o UNIVAC eram destinados apenas a funções de cálculos, sendo utilizados para resolução de problemas específicos.
Por
que problemas específicos? Os computadores da primeira geração não
contavam com uma linguagem padronizada de programação. Ou seja, cada
máquina possuía seu próprio código e, para novas funções, era necessário
reprogramar completamente o computador. Quer mudar o problema
calculado? Reprograme o ENIAC.
Fonte da imagem: Wikimedia Commons/Domínio Público
Esses
computadores gigantescos ainda sofriam com o superaquecimento
constante. Isso porque em vez de microprocessadores, eles utilizavam
grandes válvulas elétricas, que permitiam amplificação e troca de
sinais, por meio de pulsos. Elas funcionavam de maneira correlata a uma
placa de circuitos, sendo que cada válvula acesa ou apagada representava
uma instrução à máquina.
Com poucas horas de utilização, essas
válvulas eram queimadas e demandavam substituição. Por isso, a cada ano
eram trocadas cerca de 19 mil delas em cada máquina. Sim, 19 mil
válvulas representavam mais do que o total de componentes utilizados por
um computador ENIAC. Como você pode perceber, esses computadores não
saíam baratos para os proprietários.
Transistores e a redução dos computadores
As
gigantes máquinas não estavam sendo rentáveis, pelos constantes gastos
com manutenção. A principal necessidade era substituir as válvulas
elétricas por uma nova tecnologia que permitisse um armazenamento mais
discreto e não fosse tão responsável pela geração de calor excessivo,
evitando superaquecimentos.
Foi então que os transistores (criados
em 1947 pela empresa Bell Laboratories) passaram a integrar os painéis
das máquinas de computar. Os componentes eram criados a partir de
materiais sólidos conhecidos como “Silício”. Exatamente, os materiais
utilizados até hoje em placas e outros componentes, extraídos da areia
abundante.
Fonte da imagem: Wikimedia Commons/Hohum
Existia
uma série de vantagens dos transistores em relação às válvulas. Para
começar: as dimensões desses componentes eram bastante reduzidas,
tornando os computadores da segunda geração cem vezes menores do que os
da primeira. Além disso, os novos computadores também surgiram mais
econômicos, tanto em questões de consumo energético, quanto em preços de
peças.
Para os comandos desses computadores, as linguagens de máquina foram substituídas por linguagem Assembly.
Esse tipo de programação é utilizado até hoje, mas em vez de ser
utilizado para softwares ou sistemas operacionais, é mais frequente nas
fábricas de componentes de hardware, por trabalhar com instruções mais
diretas.
Em vez das 30 toneladas do ENIAC, o IBM 7094 (versão de
maior sucesso dessa segunda geração de computadores) pesava apenas 890
Kg. E por mais que pareça pouco, essa mesma máquina ultrapassou a marca
de 10 mil unidades vendidas.
Fonte da imagem: Wikimedia Commons/David Monniaux
Curiosidade:
os computadores dessa segunda geração foram inicialmente desenvolvidos
para serem utilizados como mecanismos de controle em usinas nucleares.
Um modelo similar pode ser visto no desenho “Os Simpsons”, mais
especificamente no posto de trabalho de Homer, técnico de segurança na
Usina Nuclear.
Miniaturização e circuitos integrados
O
emprego de materiais de silício, com condutividade elétrica maior que a
de um isolante, mas menor que a de um condutor, foi chamado de
semicondutor. Esse novo componente garantiu aumentos significativos na
velocidade e eficiência dos computadores, permitindo que mais tarefas
fossem desempenhadas em períodos de tempo mais curtos.
Com a
terceira geração dos computadores, surgiram também os teclados para
digitação de comandos. Monitores também permitiam a visualização de
sistemas operacionais muito primitivos, ainda completamente distantes
dos sistemas gráficos que conhecemos e utilizamos atualmente.
Fonte da imagem: Wikimedia Commons/Domínio Público
Apesar
das facilidades trazidas pelos semicondutores, os computadores dessa
geração não foram reduzidos, sendo que um dos modelos de mais sucesso (o
IBM 360, que vendeu mais de 30 mil unidades) chegava a pesar mais do
que os antecessores. Nessa época (final da década de 1970 e início da
década de 1980) os computadores passaram a ser mais acessíveis.
Outro
grande avanço da terceira geração foi a adição da capacidade de upgrade
nas máquinas. As empresas poderiam comprar computadores com
determinadas configurações e aumentar as suas capacidades de acordo com a
necessidade, pagando relativamente pouco por essas facilidades.
Microprocessadores: o início dos computadores pessoais
Enfim
chegamos aos computadores que grande parte dos usuários utiliza até
hoje. Os computadores da quarta geração foram os primeiros a serem
chamados de “microcomputadores” ou “micros”. Esse nome se deve ao fato
de eles pesarem menos de 20 kg, o que torna o armazenamento deles muito
facilitado.
Você consegue imaginar qual o componente que tornou possível essa redução das máquinas? Acertou quem disse que foram os microprocessadores.
O surgimento dos pequenos chips de controle e processamento tornou a
informática muito mais acessível, além de oferecer uma enorme gama de
novas possibilidades para os usuários.
Em 1971, já eram criados
processadores com esse novo formato, mas apenas na metade da década
começaram a surgir comercialmente os primeiros computadores pessoais. Os
Altair 880 podiam ser comprados como um kit de montar, vendidos por
revistas especializadas nos Estados Unidos. Foi com base nessa máquina
que Bill Gates e Paul Allen criaram o “Basic” e inauguraram a dinastia
Microsoft.
A importância da Apple
Na mesma época, os dois Steves da Apple (Jobs e Wozniac) criaram a empresa da Maçã
para se dedicarem a projetos de computação pessoal facilitados para
usuários leigos. Assim surgiu o Apple I, projeto que foi primeiramente
apresentado para a HP. Ele foi sucedido pelo Apple II, após uma injeção
de 250 mil dólares pela Intel.
Fonte da imagem: Musée Bolo
Essa segunda versão dos computadores possuía uma versão modificada do sistema BASIC, criada também pela Microsoft.
O grande avanço apresentado pelo sistema era a utilização de interface
gráfica para alguns softwares. Também era possível utilizar
processadores de texto, planilhas eletrônicas e bancos de dados.
Essa
mesma Apple foi responsável pela inauguração dos mouses na computação
pessoal, juntamente com os sistemas operacionais gráficos, como o
Macintosh. Pouco depois a Microsoft lançou a primeira versão do Windows,
bastante parecida com o sistema da rival.
E os ciclos tornam-se clocks
Até
a terceira geração dos computadores, o tempo de resposta das máquinas
era medido em ciclos. Ou seja, media-se um número de ações em curtos
períodos de tempo para que fosse possível saber qual fração de segundo
era utilizada para elas. Com os microprocessadores, já não era viável
medir as capacidades dessa forma.
Por isso surgiram as medidas por
clocks. Esta definição calcula o número de ciclos de processamento que
podem ser realizados em apenas um segundo. Por exemplo: 1 MHz significa
que em apenas um segundo é possível que o chip realize 1 milhão de
ciclos.
Grande parte dos computadores pessoais lançados nessa
época eram alimentados por processadores da empresa Intel. A mesma Intel
que hoje possui alguns dos chips mais potentes, como o Intel Core i7
(sobre o qual falaremos mais, em breve). Como você pode saber, estas
máquinas são muito leves e puderam ser levadas a um novo patamar.
Notebooks: a quarta geração portátil
Considerando
o progresso da informática como sendo inversamente proporcional ao
tamanho ocupado pelos componentes, não seria estranho que logo os
computadores transformassem-se em peças portáteis. Os notebooks
surgiram como objetos de luxo (assim como foram os computadores até
pouco mais de dez anos), sendo caros e de pouca abrangência comercial.
Fonte da imagem:divulgação/Asus
Além
dos notebooks, temos também os netbooks disponíveis no mercado. Estes
funcionam de maneira similar aos outros, mas geralmente possuem
dimensões e configurações menos atraentes. Ganham pontos pela extrema
portabilidade e duração das baterias utilizadas, sendo certamente um
degrau a mais na evolução dos computadores.
Hoje, o preço para se
poder levar os documentos, arquivos e programas para todos os lugares
não é muito superior ao cobrado por desktops. Mesmo assim, o mercado
ainda está longe de atingir o seu ápice. Quem sabe qual será o próximo
passo da indústria?
Múltiplos núcleos: a quinta geração?
Ainda
estamos em transição de uma fase em que os processadores tentavam
alcançar clocks cada vez mais altos para uma fase em que o que importa
mesmo é como podem ser melhor aproveitados esses clocks. Deixou de ser
necessário atingir velocidades de processamento superiores aos 2 GHz,
mas passou a ser obrigatório que cada chip possua mais de um núcleo com
essas frequências.
Chegaram ao mercado os processadores que
simulavam a existência de dois núcleos de processamento, depois os que
realmente apresentavam dois deles. Hoje, há processadores que apresentam
quatro núcleos, e outros, utilizados por servidores, que já oferecem
oito. Com tanta potência executando tarefas simultâneas, surgiu uma nova
necessidade.
Processamento verde
Sabe-se que, quanto mais
tarefas sendo executadas por um computador, mais energia elétrica seja
consumida. Para combater essa máxima, as empresas fabricantes de chips
passaram a pesquisar formas de reduzir o consumo, sem diminuir as
capacidades de seus componentes. Foi então que nasceu o conceito de “Processamento Verde”.
Por exemplo: os processadores Intel Core Sandy Bridge
são fabricados com a microarquitetura reduzida, fazendo com que os
clocks sejam mais curtos e menos energia elétrica seja gasta. Ao mesmo
tempo, esses processos são mais eficazes. Logo, a realização de tarefas
com esse tipo de componente é boa para o usuário e também para o meio
ambiente.
Fonte da imagem: divulgação/Intel
Outro
elemento envolvido nessas conceituações é o processo de montagem. As
fabricantes buscam, incessantemente, formas de reduzir o impacto
ambiental de suas indústrias. Os notebooks, por exemplo, estão sendo
criados com telas de LED, muito menos nocivos à natureza do que LCDs
comuns.
.....
Não sabemos ainda
quando surgirá a sexta geração de computadores. Há quem considere a
inteligência artificial como sendo essa nova geração, mas também há quem
diga que robôs não fazem parte dessa denominação. Porém, o que importa
realmente é perceber, que ao longo do tempo, o homem vem trabalhando
para melhorar cada vez mais suas máquinas.
Quem imaginava, 60 anos
atrás, que um dia seria possível carregar um computador na mochila? E
quem, hoje, imaginaria que 60 anos atrás seria necessário um trem para
carregar um deles? Hoje, por exemplo, já existem computadores de bolso,
como alguns smartphones que são mais poderosos que netbooks.
E
para você, qual será o próximo passo nessa evolução das máquinas?
Aproveite os comentários para dizer o que você pensa sobre essas
melhorias proporcionadas ao longo de décadas.
disponivel em: http://www.tecmundo.com.br/infografico/9421-a-evolucao-dos-computadores.htm acesso em 23/11/2015
disponivel em: http://www.tecmundo.com.br/infografico/9421-a-evolucao-dos-computadores.htm acesso em 23/11/2015
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