segunda-feira, 23 de novembro de 2015

INTERNET NO BRASIL

Tudo começou quando a Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), desenvolveu a idéia de estabelecer contato com instituições de outros países para compartilhar dados por meio de uma rede de computadores. Assim, chegou ao Brasil a Bitnet (Because is Time to Network).
A rede conectava a Fapesp ao Fermilab, laboratório de Física de Altas Energias de Chicago (EUA), por meio de retirada de arquivos e correio eletrônico. O serviço foi inaugurado oficialmente em 1989.
Em 1991, o acesso ao sistema, já chamado Internet, foi liberado para instituições educacionais e de pesquisa e a órgãos do governo. Nessa época ocorriam fóruns de debates, acesso a bases de dados nacionais e internacionais e a supercomputadores de outros países, além da transferência arquivos e softwares. No entanto, tudo estava reservado a um seleto grupo de pessoas.
Em 1992, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) assinou um convênio com a Associação para o Progresso das Comunicações (APC) liberando o uso da Internet para ONGs. No mesmo ano, o Ministério da Ciência e Tecnologia inaugurou a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) e organizou o acesso à rede por meio de um “backbone” (tronco principal da rede).
“O problema da internet em relação às outras é que é uma rede interativa. A característica velocidade dessa tecnologia gerava demanda superior à então comportada pelos fios telefônicos de cobre. Então houve uma corrida para expandir as linhas, e isso era antes da web [um dos protocolos de troca de dados da internet, que é usado pelos sites e navegadores]. Quando apareceu a web, então, falaram ‘agora é que vai atolar de vez’.
Foi apenas em 1993 que ocorreu a primeira conexão de 64 kbps à longa distância, estabelecida entre São Paulo e Porto Alegre. Em 1994, estudantes da USP criaram centenas de páginas na Internet.
O ano de 1995 foi um marco. 
Bem-vindo a 1º de maio de 1995. Você não entrou no Facebook nem viu mensagens no WhatsApp ou tirou dúvidas no Google. Nada disso é possível, já que esses serviços só serão lançados ao longo dos próximos 20 anos. Mas já dá para, ao menos, acessar a internet e mandar um e-mail. Isso porquê os Ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia criaram, por portaria, a figura do provedor de acesso privado à Internet e liberaram a operação comercial no Brasil.
Naquele 1º de Maio começou a ser oferecida no Brasil a conexão comercial à rede mundial de computadores, abrindo para pessoas comuns as possibilidades já disponíveis para acadêmicos e pesquisadores. No ano seguinte, muitos provedores começaram a vender assinaturas de acesso à rede.
O limite das conexões discadas, também conhecidas pelo seu nome em inglês, dial-up, era de 56 kbps, suficiente para baixar uma imagem de 100 kbytes em 14 segundos; uma canção de 5 Mbytes em 12 minutos; e um filme de 700 Mbytes em um dia e quatro horas. Pagando por minuto.
Você entrava num site e um banner [anúncio superior] começava a carregar. Dava tempo de ir tomar banho, pegar um café, voltar e ainda não tinha aparecido. Houve gargalos – e pode-se argumentar que ainda há-, mas também vieram investimentos, a fibra ótica, a exploração econômica da rede, a telefonia móvel.
Usuários, acessos e domínios
Quando implementada, a velocidade de acesso à Internet era de 4.800 bits por segundo (bps). Uma conexão discada hoje pode ser 15 vezes mais rápida ou mais. Hoje o internauta pode perder a paciência quando um site demora 30 segundos para abrir. Mas, há dez anos, era comum uma única página demorar de 15 a 20 minutos para surgir na tela. As linhas de transmissão eram limitadas e nem se pensava em conexões via fibra óptica.
Os primeiros sites brasileiros surgidos eram de notícias. Depois, surgiram os de compras, entretenimento e pesquisa. Assim, a rede nacional começou a crescer. Para o público médio, e-mail e as salas de bate-papo (chats) foram dois dos principais carros-chefe para a popularização da Internet. A forma de comunicação entre as pessoas mudou tanto no ambiente de trabalho quando na vida particular. Nesse campo, aliás, os chats permitiram uma inovação nos relacionamentos: o namoro e o sexo virtual. As pessoas passaram a se conhecer pela Internet para, depois, marcar encontros na vida real.
Em entrevista à Folha de São Paulo, Bill Gates sonhava com um computador que custasse menos de US$ 1.000 (R$ 917 à época, que por sua vez seriam R$ 3.550 corrigidos pela inflação oficial). “Esse é um dos desafios da indústria”, disse, à ocasião do lançamento do Windows 95, que requeria no mínimo um processador 386 e 4 Mbytes de memória RAM.
A mesma edição tinha um anúncio do computador Mythus 450 d2, vendido a R$ 1.999 (R$ 7.750 corrigidos).
Em 1999, o número de internautas era superior a 2,5 milhões. Segundo o Ibope, o país contava com 7,68 milhões usuários de Internet em 2002.
A virada da inclusão digital aconteceu em 2004, quando apenas 28 milhões de brasileiros com mais de 16 anos já haviam utilizado a rede ao menos uma vez). Milhões passaram a cessar o Orkut em milhares de lan-houses, antes disso restritas aos amantes dos games.
“A explosão da internet [no Brasil] se deu com o Orkut. As pessoas passaram a ir a lan-houses para navegar, e não mais só para jogar. E foi nesse momento que as classes A e B deixaram de ser dominantes”, conta Calazans.
O fenômeno dessa rede social, pertencente ao Google, foi tão grande que criou-se a expressão “orkutizar”, que representava tudo que passou a ser popular na internet. Essa segunda fase, com o predomínio das lan-houses, das redes sociais e sem o acesso à internet restrito a uma classe social específica que durou até 2007.
No início de 2008 aconteceu outra alteração no cenário brasileiro e, dessa vez, foi uma mudança econômica, o chamado “fenômeno da classe C”. Como as pessoas passaram a ter um maior poder aquisitivo, comprar um computador não era mais uma coisa impossível — e, nesse momento, o uso da internet cresceu muito no país e o acesso em casa predominava.
Em Dezembro de 2009, eram 64,8 milhões de internautas segundo o Ibope Nielsen Online, um aumento de 2,5 milhões de pessoas em relação ao mês anterior. Em junho de 2008, o Ibope/NetRatings contabilizava 41,5 milhões, mas não contabilizava os acessos públicos (LAN houses, bibliotecas, escolas e telecentros), que agora passou a somar aos acessos do trabalho e de casa. O Brasil é o 5º país com o maior número de conexões à Internet.
Nas áreas urbanas, 44% da população está conectada à internet. 97% das empresase 23,8% dos domicílios brasileiros estão conectados à internet.
Internautas ativos
28,4 milhões acessam regularmente a Internet de casa, número que sobe para 36,4 milhões se considerados também os acesso do trabalho (jul/2009). 38% das pessoas acessam à web diariamente; 10% de quatro a seis vezes por semana; 21% de duas a três vezes por semana; 18% uma vez por semana. Somando, 87% dos internautas brasileiros entram na internet semanalmente.
Alexandre Sanches Magalhães, gerente de análise do Ibope//NetRatings, declarou em 2009 que o ritmo de crescimento da internet brasileira é intenso.
A entrada da classe C para o clube dos internautas deve continuar a manter esse mesmo compasso forte de aumento no número de usuários residenciais
.
Em 2010, aconteceu outra mudança, só que dessa vez foi estrutural, dos aparelhos, com o surgimento dos smartphones, que vivem um momento aquecido nas vendas no país, mas já dão sinais de desaceleração.
O número de usuários de computador vai dobrar até 2016, chegando a 3 bilhões. A cada dia, 500 mil pessoas entram pela primeira vez na Internet, a cada minuto são disponibilizadas 20 horas de vídeo no YouTube e cada segundo um novo blog é criado. 70% das pessoas consideram a internet indispensável. Em 1982 havia 315 sites na Internet. Hoje existem 174 milhões.

disponivel em: http://www.promoview.com.br/noticia/promospy/1106/historia-da-internet-no-brasil.html acesso em 23/11/2015

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